Os clubes açorianos que participam em competições nacionais viram ser-lhes reduzidos os apoios concedidos pelo Governo Regional para a temporada 2011/2012.
A nova Resolução fixa os valores dos contratos-programa a celebrar com entidades participantes em eventos desportivos de interesse público ou turístico que se consideram integradas na promoção externa da Região. Desta forma, todos os apoios que serão prestados na época 2011/2012 terão uma redução de 15% face ao ano anterior (perto de 600 mil euros). A medida afecta todos os clubes, integrados em competições profissionais ou semi-profissionais e até o campeão dos Açores de ralis, que passará a receber 85 mil euros, em vez dos 100 mil euros que eram atribuídos até então.
No caso do Santa Clara, único clube que participa nos escalões profissionais do desporto português, o habitual apoio de dois milhões de euros é reduzido para 1,870.000, 00 euros.
Na mesma medida, algumas autarquias açorianas decidiram cortar nos apoios que concediam às agremiações desportivas sedeadas nos seus concelhos, originando um sufoco ainda maior para os clubes em questão, num tempo em que os patrocínios privados também se revelam cada vez mais difíceis de conseguir.
Perante isto, existem clubes nos Açores que vivem enormes dificuldades, enquanto outros tentam adaptar-se à nova realidade, reformulando os seus orçamentos. No caso do Santa Clara, por exemplo, e quando os seus responsáveis tiveram conhecimento do corte governamental, o presidente indicou que o clube teria se adaptar a este novo tempo.
Mário Batista considerou a medida um rude golpe, recordando que, no caso do Santa Clara, a redução dos apoios significou uma quebra de cerca de 250 mil euros, valor que, só por si, obrigou a rever um determinado número de situações.
O presidente encarnado disse, todavia, que “compreendemos perfeitamente o que aconteceu, tendo em conta a incerteza económica, da qual a sociedade açoriana não pode fugir”, realçando que “se há algum tempo não tivéssemos aplicado no terreno uma série de acções preventivas e de reestruturação financeira, se calhar o impacto seria muito mais negativo”.
O responsável máximo pelo clube micaelense sublinhou, ainda, que o clube “vai ter que ser criativo e procurar que haja ajustes onde se entende que existem algumas gorduras, para que esse impacto possa ser diluído na próxima época desportiva”, que entretanto já decorre e para a qual o Santa Clara formou um grupo de trabalho profissional adaptado a esta nova realidade.
No que toca aos apoios para as competições regionais, a actual conjuntura também obrigou a algumas mudanças. Assim, os apoios do Governo Regional à actividade desportiva para a época 2011/2012 sofrem uma redução de 3% em relação ao ano anterior, segundo resolução do Conselho de Governo, já publicada em Jornal Oficial.
De acordo com a resolução nº 102/2011, os valores base unitários para a actual época desportiva cifram-se nos 48,5 euros para actividade de treino e competição dos escalões de formação, valor que era de 50 euros em 2010/2011; 75 euros para apoios complementares (70 a época transacta); 388 euros para prémios de classificação, subida de divisão e manutenção contra os 400 anteriores e 1.746 euros para o apoio à utilização de atletas formados nos Açores valor que se cifrava nos 1.800 euros.
Madalena e Lusitânia sobrevivem
Dois dos clubes açorianos que, nos últimos tempos, viveram maiores dificuldades foram o Lusitânia, da Terceira, e o Madalena, do Pico. No final da época passada e início desta, aventou-se a possibilidade de ambos encerrarem a sua actividade, nomeadamente no que toca à participação nos campeonatos nacionais de futebol. No entanto, mais uma vez, e fruto de alguns apoios, ambas as colectividades mantêm a sua actividade.
PEDRO BOTELHO
pedrobotelho9@gmail.com
14 de Outubro de 2011
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