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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Força, resistência e velocidade


Estou há cerca de quatro meses a trabalhar com as escolas de formação do Santa Clara. Depois de vários anos ligado ao futebol, desliguei-me da modalidade, pensava eu que para sempre, até que por força do gosto do meu filho me vi, outra vez, a acompanhar regularmente este "bichinho", que, quem gosta, tem sempre dificuldade em arrumar numa gaveta definitivamente. Pouco meses depois de começar a época, mais precisamente em Novembro, fui convidado pelo Domingos Viveiros a integrar a estrutura directiva do Santa Clara, com a missão de prestar apoio à equipa B do escalão Sub-10. Dias depois, o Luís Lobo (treinador principal) convidava-me a ajudá-lo nos treinos e jogos da equipa.
Confesso agora que o convite teve tanto de surpreendente como de motivador. Pensei: Pedro lá estás tu outra vez no futebol, entrando pela porta de um clube que representei enquanto miúdo, somente durante uns meses, e que aprendi a respeitar. No entanto, nunca pensei que volvido este tempo estivesse tão imbuído neste espírito de entreajuda a um grupo de trabalho composto por "meninos" excelentes e bem formados.
Só quem tem a oportunidade de com eles privar, claro que os pais estão fartos de saber isso, consegue perceber o que lhes vai na alma quando o tema é futebol. Os olhos brilham, as vitórias são vividas no balneário de uma forma difícil de descrever, enquanto as derrotas são aceites como mais uma jornada na sua formação. É isto que lhes é passado e assim é que tem de ser.
Passados quatro meses, sinto que o esforço valeu a pena. Também eu aprendi, e muito, com eles. Treino após treino, jogo atrás de jogo, reflicto e dou comigo a pensar: és outro Pedro, embora aquela atitude de constante incitamento nos treinos e jogos não consiga mudar. Enfim, nasci assim e o gesticular e falar para dentro do campo está na minha génese. A quem não a compreende, ou a considera exagerada, peço desculpa.
Mas estou outro porque também aprendi. No meu tempo, o treino desportivo era, quando comparado com o de hoje, uma coisa muito rudimentar, embora tenha tido a oportunidade de trabalhar com excelentes treinadores e com outros menos bons.
Neste momento, o treino tem um método, um objectivo e tem de ser seguido à risca. O título deste post refere "Força, resistência e velocidade". Pois é, isto já foi algo que aprendi.
O primeiro treino da semana, nestes escalões, deve ser dedicado à força, recuperados que estão os atletas do esforço do jogo anterior e quando o seguinte ainda vem longe. No segundo, o trabalho incide sobre a resistência, enquanto no terceiro é a velocidade que deve ser trabalhada, sempre na dose certa, até porque o jogo acontece no dia imediatamente a seguir. A juntar a isto, um pouco de finalização, à sexta-feira, é sempre importante.
Para quem está nisto há muito tempo, indicar estes princípios de treino parece ser uma brincadeira. Todavia, para mim não é. Foi algo que aprendi e que, por mais anos que aqui ande, terei sempre em conta. O curioso, depois, é ver que as coisas funcionam. Nas doses certas, os exercícios servem para os miúdos desenvolverem a sua forma física, mas também técnica e táctica. Recuo, novamente, aos meus tempos de atleta e lembro-me das intensas cargas físicas que levava, sempre sem bola, fazendo um "frete" que nem vos conto. Hoje, as coisas são diferentes e ainda bem que assim são. Estamos em Fevereiro, o método de treino do Luís Lobo sempre foi este e é ver os resultados. Os nossos "meninos" correm durante todo o jogo e já têm algum fio de jogo, sem que tenham levado grandes lições tácticas. Nem é preciso, porque, quase sem se aperceberem, nos exercícios que desenvolvem nos treinos estão a aprender a jogar futebol em equipa, a apreender os princípios básicos do nosso esquema táctico (2x3x1), o qual depois colocam em prática ao sábado.
Por isto, quando escrevo que estamos no caminho certo, faço-o com a certeza de que tenho razão. Os resultados desportivos não surgem já, é verdade, mas vão surgir mais tarde ou mais cedo. É o processo natural das coisas. Diziam-me o outro dia, no Jácome Correia a meio de um jogo dos nossos iniciados, "que grandes goleadas levavam estes jovens quando começaram nas escolinhas". Pois é, quem os vê hoje jogar tem dificuldade em acreditar, mas é verdade. Eles já cresceram e os nossos também o farão. Acreditem malta. Fica este post de alguém que adora escrever e que está a gostar cada vez mais do que faz no Santa Clara.
Obrigado a todos, desculpem se vos chateei durante os minutos que perderam para ler este post.

1 comentário:

Tiago Oliveira disse...

Caro amigo Pedro! é com grande satisfação que te vejo em forma (no que a artigos diz respeito!! sim sim porque da última vez que te vi estavas com uma senhora barriga!! lol) e a escrever diariamente sobre o clube do nosso coração. Aprecio a tua escrita e a tua contínua motivação para escrever sobre o santa. Eu, enquanto açoriano residente em Lisboa, só tenho a agradecer o facto de diariamente ter informação sempre actualizada e pertinente à distância de um simples click. É bom saber que, mesmo à distência, há alguém com capacidade para escrever tanto e tão bem sobre o maior clube dos açores! Caro amigo Pedro continua assim!
Ah e quando eu for aos açores guardo lá umas horinhas para jogarmos uma futebolada no saudoso campo das maricas em são roque! Grande time!! lol

Grande abraço!!


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