O coordenador da formação do Santa Clara diz que os apoios concedidos pelo Governo Regional aos clubes açorianos não são suficientes para fazer face às despesas.
Apesar dos esforços feitos pelo Governo Regional, há clubes desportivos nos Açores que estão claramente insatisfeitos com a política desportiva regional. O responsável pela formação do Clube Desportivo Santa Clara chega mesmo a dizer que a "política de formação desportiva nos Açores é medíocre", reforçando que as verbas atribuídas pelo Executivo não são suficientes.
"Para termos uma ideia, nós devemos receber uma verba que não chega a 1/3 do orçamento para a nossa formação", sublinha Domingos Viveiros. Para este dirigente, o Executivo ainda não atribui a devida importância ao papel que os clubes desportivos desempenham na sociedade.
"Parece-me a mim que não atribuem importância ao papel que os clubes desportivos desempenham ao nível da formação dos jovens e da ocupação dos tempos livres destes. O desporto é claramente uma 'arma' de combate aos problemas de obesidade e descoordenação motoras apresentados em cada vez maior número pela nossa juventude e é igualmente uma forma de ocuparem os seus tempos livres. Aliás, variados estudos têm provado que quanto mais tempo de ócio tem a criança, maior é a probabilidade de vir a ter comportamentos desviantes (droga, gangs, roubos, entre outras actividades menos lícitas).
Sendo o futebol o desporto preferido e mais mediático de todos obviamente que tem uma facilidade de recrutamento maior que podia ser aumentado com a melhoria das condições disponíveis, quer sejam materiais, de espaço ou humanas".
Directamente ligado ao futebol, Domingos Viveiros refere que, no caso da Associação de Futebol de Ponta Delgada, "a meu ver a única ajuda que providencia ao nosso clube é organizando as competições desportivas, coisa que faz com todos os clubes e mal no que a nós diz respeito. É incompreensível que esta época tenha havido equipas de jovens a jogar à quarta-feira às 21h30 com escola no dia seguinte, só para citar um exemplo. Também é incompreensível a dualidade de critérios em casos de indisciplina cada vez mais comuns na nossa formação e o fechar de olhos a situações incompreensíveis como haver equipas que não têm jogadores suficientes para competir ou que não têm quadros técnicos qualificados. Se a nossa realidade é medíocre a associação tem grande quota de responsabilidade nesse estado de coisas.
Desta forma, considera o dirigente do Clube Desportivo Santa Clara, "enquanto as coisas nos Açores andarem desta forma, a realidade açoriana estará cada vez mais distante da do Continente", conforme facilmente se comprova pelos resultados, quando um conjunto açoriano defronta um seu congénere do Continente.
Assim, muita coisa há para fazer para o desenvolvimento do desporto nos Açores, de forma a que se possam atingir patamares de excelência
Privados podem ter um papel importante
O responsável por todo o departamento de formação do Santa Clara, na área ligada ao futebol, diz que "o auxílio dos privados, sobretudo financeiro, seria um acrescento de qualidade a todo este processo. Todavia, e em primeiro lugar há que proporcionar visibilidade, demonstrar evolução e qualidade para que os privados sintam confiança em investir e apoiar as formações dos clubes". Importante será ainda uma conjuntura económica mais favorável, numa altura em que grande parte da iniciativa privada passa por claras dificuldades.
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