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terça-feira, 15 de junho de 2010

"Somos uma verdadeira família"


O capitão da selecção portuguesa está confiante. Portugal estreia-se, esta terça-feira, na Copa do Mundo da FIFA, defrontando a Costa do Marfim, em Port Elizabeth, e apesar de repetir que a equipa das Quinas não é uma das favoritas ao título mundial Cristiano Ronaldo reconhece que, com o apoio dos adeptos e um grande espírito de grupo, tudo pode acontecer.

Em entrevista exclusiva à FIFA, o avançado mostrou todo o seu agrado por participar no primeiro Mundial da história realizado no continente africano, salientando a grande diferença em relação à prova de 2006, disputada na Alemanha: “Sim, claro que é diferente… É o primeiro Mundial realizado em África e, bem mais importante do que isso, joga-se no Inverno. Mas, desde que chegámos, a nossa experiência tem sido brilhante e julgo que vai ser assim até ao último jogo da competição”.

O momento é único e, por isso, Ronaldo revela um pouco do estado de espírito do conjunto orientado por Carlos Queiroz: “Estamos todos muito felizes. Grande parte da equipa portuguesa nunca jogou num Mundial e, por isso, o entusiasmo é enorme. Além disso, estamos confiantes que vamos jogar muito bem, que vamos fazer uma excelente competição. Felizmente, está tudo a correr bem”.

Apesar de ter apenas 25 anos, Ronaldo é um dos mais experientes da equipas das Quinas. E é ao avançado que cabe envergar a braçadeira de capitão, algo que considera um privilégio. “O que é preciso para comandar uma equipa? Julgo que, antes de mais, não devemos de mudar a nossa maneira de ser por causa disso e, acima de tudo, temos de ser totalmente honestos. Todos têm a sua personalidade, o seu carácter. Eu tenho o meu e não é por ser capitão de equipa, ou não, que mudo o mudo. Mas, claro que para mim é um privilégio ser o capitão português. Deixa-me muito orgulhoso. Os meus colegas conhecem-me muito bem, tal como eu os conheço a eles e corre tudo às mil maravilhas. Somos um grupo de grandes camaradas, grandes amigos, uma verdadeira família. Só assim podemos ganhar e ter sucesso".

Estrela do futebol mundial, Cristiano Ronaldo é sempre um dos nomes mais aplaudidos e gritados onde quer que vá e os milhares de portugueses que vivem na África do Sul não são excepção. O capitão faz questão de agradecer a recepção que a equipa teve: “Os adeptos... Ah, claro que sabíamos que íamos ter aqui muitos portugueses a apoiarem a selecção e isso deixa-nos muito felizes. Ter um apoio extra quando estamos dentro do campo é crucial. Por isso, gostava de aproveitar esta oportunidade para agradecer todo o apoio que nos têm dado até este momento”.

Os adeptos, claro, sonham que o primeiro Mundial realizado em terras africanas leva Portugal até onde nunca chegou: ao título mundial. No entanto, Cristiano Ronaldo faz questão de repetir que a selecção das Quinas não é uma das favoritas à vitória final, mas... “Não. Como disse antes do Campeonato do Mundo, não somos favoritos. Mas isso não quer dizer que as equipas menos favoritas não possam ser campeãs mundiais. Julgo que algumas das selecções que estão neste Mundial tem algo a mais do que Portugal, isso não é segredo, mas nós vamos dar uma luta enorme. Vamos dar o nosso melhor e, assim, qualquer coisa pode acontecer”.

E ao leme da selecção até está um técnico que sabe o que é chegar ao topo do futebol. Carlos Queiroz conduziu Portugal a dois títulos mundiais de Sub-20 da FIFA (1989 e 1991) e, agora na equipa principal, tem um fã em Cristiano Ronaldo. “Conheci Carlos Queiroz há já alguns anos e, felizmente, posso dizer que tive o prazer e o privilégio de trabalhar com ele, primeiro no Manchester United e, agora, na selecção. Foi essencial para a minha carreira, porque me ajudou muito a melhorar o meu estilo de jogo e gosto imenso de trabalhar com ele”.

Mas nem tudo são motivos de alegria. Uma lesão no ombro afastou Nani do Campeonato do Mundo e Ronaldo, que foi companheiro do extremo do Manchester United, lamentou a ausência do amigo, dentro e fora dos relvados: “O Nani estava a jogar muitíssimo bem, num grande momento de forma e é óbvio que vamos sentir muito a sua falta. Não só por aquilo que consegue fazer dentro de um campo, mas também pela pessoa que é dentro do grupo, pela forma como costumava animar a equipa. Era uma peça chave de Portugal. Infelizmente, lesionou-se, mas temos jogadores que o podem substituir e que também são muito bons. Mas é óbvio que se trata de uma baixa importantíssima”.

Uma das grandes questões em torno do Portugal-Costa do Marfim desta terça-feira prende-se com a recuperação, ou não, de Didier Drogba, a grande estrela da selecção africana. No entanto, Ronaldo não dá muita importância ao assunto, até porque os Elefantes não vão jogar apenas com 10 elementos: “Toda a gente fala só do Drogba, se vai jogar ou não vai jogar, mas, para ser honesto, não estamos a dar muita importância a esse assunto. Só estamos concentrados na nossa equipa. Estamos num bom momento, estamos confiantes e preparados para entrar com o pé direito no Mundial. Se não jogar o Drogba, joga outro qualquer e, por isso, temos de estar preparados. Temos de pensar em nós e não no nosso adversário”, finalizou o avançado.
fifa

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