Missão cumprida. No dia em que perdeu o contributo de Nani, a Selecção Nacional impôs-se à congénere de Moçambique por 3-0, no último ensaio antes do início do Campeonato do Mundo. O próximo jogo será “ a doer”, com a Costa do Marfim, no próximo dia 15.
Recorde aqui as incidências da partida.
Sem rubricar exibição de encher o olho, Portugal jogou o suficiente para somar a segunda vitória em três encontros de preparação para o Mundial. Mais importante: os 90 minutos frente aos Mambas terminaram sem lesões.
Carlos Queiroz deixou Paulo Ferreira, Duda e Cristiano Ronaldo no “banco” de suplentes, lançando Miguel, Fábio Coentrão e Danny na equipa titular. E seriam os dois últimos os principais dinamizadores do jogo da equipa das quinas na primeira metade, conferindo profundidade e acutilância ao corredor esquerdo.
As combinações entre os dois canhotos foi do melhor que Portugal teve para oferecer nos 45 minutos iniciais. Palavra também para Deco. O médio do Chelsea exibiu-se uns furos acima do que vinha mostrando, e procurou “pautar” o jogo no miolo do terreno.
Moçambique só a espaços se aproximou do último reduto da equipa das quinas, explorando a velocidade dos seus homens mais adiantados. E seria mesmo a selecção africana a dispor da melhor ocasião de golo, com um disparo de Hagy ao poste direito da baliza de Eduardo.
A etapa complementar trouxe mais do mesmo. Com Deco e Danny em evidência, Portugal voltou a mandar no jogo, encostou Moçambique “às cordas” e acercou-se várias vezes da baliza à guarda de Lamá.
Danny (52) e Hugo Almeida (75 e 83) – o avançado rendeu Liedson no início da segunda parte - deram expressão ao domínio luso.
Concluídos os jogos de preparação, segue-se o início da competição na África do Sul. A estreia da equipa das quinas está marcada para dia 15, diante da Costa do Marfim.
Estádio Bidvest Wanderes
Árbitro Matthew Dyer (África do Sul)
Portugal: Eduardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pedro Mendes (Pepe, 76); Deco (Tiago, 60) e Raul Meireles (Miguel Veloso, 60); Danny (Duda, 86), Liedson (Hugo Almeida, 46) e Simão (Cristiano Ronaldo, 63)
Suplentes: Beto, Daniel Fernandes, Paulo Ferreira, Rolando e Ricardo Costa
Moçambique: Lamá; Campira (Zainadine, 86), Mexer, Fanuel e Paíto; Momed Hagy (Jumisse, 69), Simão, Genito (Josima, 78), Pelengue, Fumo (Armando Sá, 60) e Gerry (Tony, 88)
Suplentes: Binó, Danito, Wisky, Josimar e Miro
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: 1-0, Danny (52); 2-0, Hugo Almeida (75); 3-0, Hugo Almeida (83)
Resultado final: 3-0
4 comentários:
Pepe Feliz por regressar aos relvados, Pepe mostrou-se sorridente diante dos jornalistas, depois dos cerca de 15 minutos jogados contra Moçambique. Grato, o central referiu-se às pessoas que sempre torceram pela sua recuperação e garante pretender ajudar a selecção.
Seis meses depois Pepe voltou a jogar e diz que está pronto para ajudar a selecção a protagonizar um bom Mundial: «Tenho muita vontade de ajudar a selecção. Foram quase seis meses de trabalho e superação mas recebi muito apoio de toda a gente. Valeu a pena e foi bom jogar alguns minutos. Quanto ao ritmo, penso que a vontade e a superação são o mais importante», disse o defesa do Real Madrid que sublinhou o facto de ainda não conseguir jogar uma partida por inteiro.
O defesa escusou-se ainda a comentar a chegada de José Mourinho ao comando dos merengues passando assim a ser seu treinador. Quando o questionaram se já tinha visto o telemóvel e se tinha alguma mensagem do «special one», Pepe sorriu e disse que eram coisas privadas.
Queiroz já sabe quem joga
O onze está definido. Carlos Queiroz garante não ter dúvidas, nem sequer em relação às laterais, e sublinha o grupo «coeso e fantástico» de Portugal. O seleccionador nacional mostrou-se feliz com o resultado, com a confraternização entre Portugal e Moçambique e deixou, ainda, uma palavra a Nani.
«Não temos dúvidas», afirmou, questionado se os titulares nas laterais da defesa estariam ainda em dúvida. «As nossas certezas prendem-se com o facto de termos um grupo coeso, fantástico, agora com 22 jogadores preparados para jogar, como ficou hoje patenteado».
Feliz com o resultado e com os golos, Queiroz sublinhou que a equipa está «ainda no período de recuperação e adaptação e este jogo serviu de motivação para os jogadores correrem e jogarem com intensidade. Foi um bom espectáculo, com golos bonitos. Correu tudo bem», afirmou o seleccionador nacional.
Quanto a Nani, o seleccionador mostrou-se triste com a ausência do jogador do Manchester: «O diagnóstico não permite que ele esteja em competição. Estes três dias foram muito difíceis. Em 30 anos da minha vida, nunca vi um jogador tão determinado, com tanta vontade, a sua obstinação quase extrema. Foi necessário conduzir este processo de forma muito cuidada», lamentou Queiroz, recusando-se a revelar «pormenores que são sensíveis, privados e que devem ficar no foro da equipa médica, de mim próprio, do Alex Ferguson e do médico do Manchester United».
Danny e Almeida felizes pelos golos
Danny e Hugo Almeida, autores dos golos de Portugal frente a Moçambique, mostraram-se felizes por terem marcado e garantem que a equipa está bem e preparada para o pontapé de saída no Mundial.
Hugo Almeida bisou, soma assim nove golos com a camisola das quinas, e assume-se feliz por ter voltado aos golos pela selecção portuguesa. «Estou feliz pelos golos porque ajudei a equipa neste último teste às portas de começar o Mundial», disse o avançado que garantiu ainda que a equipa está preparada para o Mundial: «A equipa está bem, a trocar bem a bola e a jogar bom futebol. O grupo também está bem, muito unido e coeso e temos demonstrado isso nos últimos jogos».
O jogador do Werder Bremen deixou ainda uma palavra de tristeza relativamente à lesão de Nani e consequente saída do grupo luso: «É um jogador importantíssimo, estava numa fase muito boa e tem qualidade. Ficámos tristes por perder um jogador como ele, que queria dar um contributo à equipa».
Igual opinião tem Danny, autor do primeiro golo português: «É triste. É um grande jogador, estava num bom momento e vai fazer muita falta», declarou o avançado sobre a ausência de Nani, apelando para que ele recupere «o mais rápido possível» para regressar a tempo de participar «nos jogos de qualificação para o Europeu».
Danny considera que a equipa, com esta vitória, manteve «o bom trabalho» que tem vindo a desempenhar e vai, a partir de agora «começar a trabalhar aspectos técnicos» do jogo, como «bolas paradas, cantos e livres», para preparar da melhor forma o jogo com a Costa do Marfim.
missão cumprida no último teste
No último teste da selecção nacional antes da «operação Costa do Marfim» Portugal passa com mérito, vencendo por 3-0. Danny abriu o marcador à passagem do minuto 52 e Hugo Almeida bisou. Destaque ainda para o regresso de Pepe aos relvados jogando cerca de 15 minutos. Melhor Portugal no segundo tempo. Ronaldo aumentou as diferenças entre as duas formações.
A partida começou morna, com pouco perigo, apesar de se notar que quando Portugal pressionava, a defesa moçambicana tremia. Facilmente a equipa das quinas chegava à baliza contrária mas apresentava muitas dificuldades e falhas na concretização. Aos poucos o ritmo foi aumentando, as estatísticas eram dominadas pelos atletas lusos mas o golo tardava em chegar.
A principal oportunidade de golo do primeiro tempo foi mesmo da selecção moçambicana, depois de Hagy ter atirado uma bola ao poste da baliza defendida por Eduardo, que teve, nesta tarde, pouco ou nada para fazer.
Com a entrada de Hugo Almeida no início da segunda parte para o lugar de Liedson, Portugal ganhou força no sector ofensivo e ao minuto 52 Deco faz um bom passe para Danny abrir o marcador, fazendo o seu segundo golo pela selecção nacional.
As diferenças entre as duas equipas alargaram-se ao minuto 63, depois da entrada de Cristiano Ronaldo. Portugal ganhou mais velocidade, mais dinamismo no ataque e chegou «facilmente» aos segundo e terceiro golos, graças ao bis de Hugo Almeida (75 e 83), que «pisca assim o olho» a Carlos Queiroz e às vagas nos titulares.
Destaque, em termos individuais, para Danny, claramente a lutar por um lugar no onze inicial que Carlos Queiroz vai escolher para a partida frente à Costa do Marfim.
No que diz respeito a Pepe, apesar do pouco tempo que o defesa esteve em campo, não existiram sinais negativos. O jogador do Real Madrid entrou de forma despercebida na partida, experimentou um ou outro remate e só com mais minutos de jogo se conseguirá perceber até que ponto está apto e ritmado o internacional luso.
O ensaio, num estádio com 25 mil pessoas nas bancadas, muitas das quais apoiantes de Portugal, serviu para reforçar a coesão do grupo, aumentar ainda mais o apoio na África do Sul em torno da comitiva lusa e, naturalmente, para que Carlos Queiroz tome decisões definitivas quanto à equipa que vai dar o pontapé de saída no jogo contra a Costa do Marfim.
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