Treinador considera que está a ser alvo de ataque pessoal e não tenciona rescindir.
Uma rescisão amigável não está nos objectivos do seleccionador nacional. O DN sabe que Carlos Queiroz já fez passar a mensagem a Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, que não tem intenções de deixar a selecção com base num acordo mútuo, tal como o dirigente pretende.
Apoiem-me ou despeçam-me, com a agravante que isso acarreta para a federação. Sem serem suas estas palavras, o DN sabe que este é para já o lema do seleccionador, com contrato até 2012. Para Carlos Queiroz mudar de ideias será, pois, necessário Gilberto Madaíl utilizar a sua melhor retórica. Os dois ainda não se encontraram pessoalmente, uma vez que o treinador está de férias em Moçambique. Mas o objectivo do líder federativo é falar com o seleccionador antes da reunião de amanhã da direcção.
Prometer que a FPF não irá agir disciplinarmente e acenar com uma verba abaixo dos 3,5 milhões que constam na cláusula de rescisão não será o suficiente para Gilberto Madaíl convencer Carlos Queiroz a afastar-se. É que o técnico, segundo apurou o DN, considera que está a ser injustiçado e alvo de um ataque pessoal, pelo que não é sua intenção ceder numa guerra que poderá arrastar-se para os tribunais. Situação, que, no entanto, não foi confirmada pelo advogado de Queiroz, Henrique Trocado, que, quando contactado pelo DN, mandou dizer que "não falava sobre assuntos processuais".
A FPF, por seu lado, se as posições se extremarem, está disposta a levar o caso até às ultimas consequências, para provar que existem motivos para a rescisão por justa causa, tentando dessa forma evitar o pagamento do valor total da indemnização.
Com ou sem acordo, a maioria dos elementos da direcção defende o afastamento imediato do treinador. Uma posição que já foi transmitida ao presidente da FPF.
Na reunião de amanhã será analisado o relatório do Instituto de Desporto de Portugal sobre o comportamento de Queiroz aquando da visita dos dois médicos da Autoridade Antidopagem durante o estágio da Covilhã.
Entretanto, Silveira Ramos, presidente da Associação Nacional de Treinadores, em declarações à Renascença, considera não existirem motivos para despedir Queiroz. Na opinião do dirigente, mesmo "que se provem os factos", "mesmo que tenham surgido insultos" não há motivos para afastar o seleccionador por justa causa. Silveira Ramos entende mesmo que Carlos Queiroz tem todas as condições para cumprir o contrato.
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