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terça-feira, 27 de julho de 2010

Reconhecimento: Sadjó Baldé


15 anos depois de ter chegado aos Açores, quando uma arreliadora lesão o obriga a terminar a sua carreira como futebolista, foi no Santa Clara, seu clube do coração, que Sadjó, emocionado, se despediu do futebol

Falar do Sadjó obriga a recuar 15 anos, regressar à época 1995/96, se calhar até recuar para a época anterior, 1994/95, a última da célebre III divisão série E, em que, mau grado, terminamos em último lugar (3 V 9 E 22 D, 20 golos marcados e 70 sofridos), com a Série Açores a substituir-se a uma mais que certa desclassificação e novo regresso aos regionais.
A época seguinte foi o inicio de um novo ciclo. A temporada de 1995/96, em consequência da saturação provocada por já muitos anos de Série E, foi programada para dar lugar a uma mudança de paradigma – com algumas semelhanças àquilo que tem vindo a acontecer nos últimos anos -, e assim, contratado um jovem prof. de Educação Física (Carlos Gomes), este por sua vez constituiu um plantel também jovem, muito jovem até, se pensarmos nos 4 ex juniores que o integraram (Marco Aurélio, Marco Alves, Hélder Raposo, e Hélder Botelho) aos quais acresciam Eusébio Ferreira, Nuno Quental, Paulo Freitas, Victor Cabral (Vitinha) Jorge Pacheco (Jorginho) e Emanuel Simão, também eles oriundos dos escalões de formação do CDSC.
A estes miúdos, outros miúdos, vindos do Ramilux, se juntaram: O Quebá, o Pactchi e mais uns quantos, entre os quais o SADJÓ, de entre todos eles, claramente, aquele que pela sua personalidade e qualidade técnica mais encantou e nos marcou.
Com esta equipa que o Santa Clara venceu a série Açores, assim ascendendo definitivamente a outros patamares. Mas o projecto, tal como fora inicialmente delineado, ficou por ali – há quem esteja convicto que o prof. Carlos Gomes percebeu antes de mais ninguém que haviam forças mais poderosas do que os conhecimentos que detinha, forçando o que fora programado para dois ou três anos a acontecer logo no primeiro.
Tanto o prof. Carlos Gomes, como o Luís Cabral (Cabralinho), que depois de uma série de anos como responsável técnico pelos escalões de formação (uma ligação que vinha desde a criação do Departamento de Futebol Juvenil do CDSC em conjugação com o Grupo Desportivo e Recreativo de Santa Clara) foi seu adjunto naquela época, foram uma dupla de sucesso que é justo, também, aqui e agora recordar.

Foi portanto o prof. Carlos Gomes quem recomendou o Sadjó ao CDSC, um atleta que chegou aos Açores ainda com 20 anos mal feitos, mas já então senhor de uma admirável simpatia, o que aliado à sua humildade, e enorme habilidade colocada em prol do futebol, tanto ajudou na constituição do forte carisma que ainda hoje patenteia.
Em campo o Sadjó era um jogador espectacular na verdadeira acepção da palavra: eram as suas estonteantes fintas, eram os rápidos raids em direcção á baliza adversária que protagonizava amiúde, eram os golos. Os muitos golos - mais de quarenta - que marcou, muitos deles tão espectaculares quanto decisivos.
Apetecia enumerá-los um a um e descrever alguns deles, nomeadamente aquele em que, no Campo das Laranjeiras, duas vezes seguidas sentou no chão o guarda-redes da equipa adversária. Mas isso já vai longo, e numa hora dessas, quando o Sadjó decide deixar a prática futebolística, o mais importante é o reconhecimento do quanto ele nos alegrou com a sua magia, e nos encantou com a sua personalidade. Por outro lado, nada do que aqui se escreva poderá igualar, e muito menos substituir, a forma sempre entusiástica e calorosa como o Sadjó era aplaudido em campo.

Obrigado Sadjó.

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