O Santa Clara concluiu as duas semanas de estágio, em Quiaios, com saldo positivo nos resultados. O que realça do trabalho realizado?
O estágio permitiu aos jogadores assimilarem comportamentos e proporcionou um reforço dos laços entre eles, nomeadamente no acolhimento dos que chegaram. Para além disso, proporcionou-nos realizar sete jogos de preparação, algo que nos Açores, nesta fase, seria extremamente difícil porque as restantes equipas iniciam a preparação mais tarde. Foi também possível conhecer de forma mais aprofundada a polivalência que alguns jogadores apresentam. No geral, creio que o estágio foi excelente porque fizemos muitos jogos, os atletas revelaram-se disponíveis e mostraram capacidade de superação em termos físicos. Saímos desta fase da pré-época mais próximos daquilo que desejamos e mais aptos para o primeiro jogo oficial, com a Oliveirense, dentro de uma semana.
Pode dizer-se que o Santa Clara sai do estágio com uma identidade?
Saímos com alguns princípios bem definidos daquele que poderá ser o nosso modelo de jogo. Temos uma ideia mais clara da polivalência que determinados jogadores apresentam e que nos permitirá, em certos momentos do jogo, provocar surpresa no adversário sem ter que proceder a substituições. Sinto que a equipa está compacta e os processos foram bem assimilados.
Que importância terá no grupo a polivalência de que fala?
Acima de tudo porque precisamos ter um plantel competitivo no qual nenhum jogador se sinta titular. Dos atletas espero trabalho e concentração, todos jogaram praticamente o mesmo nos jogos de preparação e noto que a qualidade entre eles está muito próxima. Se temos jogadores maduros com ambição, também temos jovens que querem adquirir essa maturidade competitiva e progredir.
No final da semana recebeu mais três reforços, todos para o sector defensivo. Está, agora, o plantel mais equilibrado e, também, fechado?
Os últimos reforços foram contratados no sentido de oferecerem mais qualidade ao plantel e proporcionarem também que disponha de dois atletas para cada posição com características diferentes, o que permite proceder a alterações pontuais sem que se perca a essência do modelo táctico. Conhecemos bem os atletas que estão no plantel e acreditamos que poderão potenciar-se a nível individual e colectivo, não apenas para que os objectivos desportivos possam ser alcançados, mas também para contemplar as metas financeiras. Se está fechado? O mercado está aberto até ao final de Agosto e poderemos fazer algum reajuste porque até lá vamos ter quatro jogos oficiais e poderá surgir alguma eventualidade, que não desejamos, motivada por lesões.
Já tem uma ideia formada sobre qual o onze que defrontará a Oliveirense?
Tenho uma ideia mas posso mudar de opinião durante a semana. Quero todos os jogadores disponíveis e a pensar que a forma como trabalham ao longo da semana é o maior indicador do que poderá acontecer no momento das escolhas. O plantel é competitivo e todos querem ajudar o clube a alcançar os objectivos.
O sistema táctico que tem utilizado mais regularmente – 4x4x2 em losango – permite-lhe também reforçar o pragmatismo de que falou aquando da sua apresentação?
O pragmatismo é para quando o jogo não nos estiver a sair bem e precisarmos de o utilizar para, numa primeira instância, garantir o resultado que mais nos interessa: a vitória. Poder-se-á ficar com uma ideia que um 4x4x2 apresenta três jogadores – o médio defensivo e os dois interiores – de características mais defensivas mas não é bem assim porque são homens de equilíbrio que gostam de aparecer de trás para a frente. Por exemplo: o Jeferson Ramalho e o Tó Miguel podem jogar à direita mas gostam de aparecer em zonas de finalização. Ou seja, com uma equipa dinâmica e onde as compensações possam sair bem podemos criar maiores desequilíbrios.
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