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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mário Batista aposta no rigor financeiro sem descurar a vertente desportiva

Será presidente do Santa Clara a partir da próxima sexta-feira para o triénio 2010/2013. A recuperação financeira está na frente das batalhas a vencer mas o piscar de olho à I Liga não se dilui com o passar do tempo.


Mário Batista apresenta-se ao eleitorado santaclarense como candidato único à presidência do clube. O presidente-adjunto nos dois mandatos de Manuel Cruz Marques e vice-presidente na Comissão de Gestão que cessa funções na próxima sexta-feira, dia 26, será empossado presidente do Santa Clara na Assembleia Geral Eleitoral, acto para o qual concorre sem oposição.

Conhecedor profundo da realidade do clube de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, e apontado por muitos como o principal mentor da recuperação financeira encetada em 2006, Mário Batista aposta no trabalho de continuidade que ao longo dos últimos quatro anos devolveu credibilidade ao clube e esperança aos sócios que sonham ver o emblema encarnado novamente na I Liga do futebol português.

O ano de 2006 foi o momento da viragem e o candidato que será empossado presidente faz uma breve retrospectiva do caminho percorrido e do qual a instituição desportiva não se desviará no futuro. «Quando a Direcção eleita em Novembro de 2006 tomou posse encontrou um plantel extenso, oneroso e incapaz de discutir as posições cimeiras do campeonato. Fizemos os ajustes necessários e em 2008, com a entrada do treinador Vítor Pereira, deu-se a grande reestruturação», lembrou. 

O rompimento com as práticas do passado e aposta numa equipa técnica desconhecida e jogadores sem nome no panorama desportivo nacional levantaram dúvidas sobre a capacidade do colectivo em garantir, no mínimo, a manutenção na II Liga, exigência base para manter vivo o Santa Clara. Os resultados, como fez questão de recordar, deram razão à aposta feita.

«Na altura fomos criticados pelas apostas feitas mas os resultados estão à vista. Foi o ponto de viragem pois com menos custos passamos a obter melhores resultados e no presente e no futuro é uma estratégia para manter. Nestas últimas três épocas vimos apresentando equipas competitivas sem colocar em risco o equilíbrio financeiro», apontou.

As finanças do clube são, de resto, a prioridade número um. O Santa Clara recupera de um passado esbanjador e reerguer-se com um passivo que chegou a números inimagináveis não seria tarefa fácil. Com persistência e rigor o caminho tem sido traçado. A desejada subida à I Liga permitiria um enorme desafogo mas os dirigentes não arriscam.

«O passivo está nos 7,8 milhões de euros e 5,9 milhões de euros são dívidas bancárias. A subida permitia quadruplicar as receitas, o mesmo é dizer que nos permitiria encurtar de oito para quatro anos a amortização do passivo», explicou, mas a acontecer a promoção será sem qualquer incremento financeiro adicional porque existem compromissos que têm de ser religiosamente cumpridos.

«A subida é um sonho mas não é uma obsessão. Temos de ser realistas porque o serviço da dívida obriga-nos a ser rigorosos na satisfação dos compromissos financeiros assumidos com os nossos parceiros. A vertente desportiva é importante mas face ao actual contexto é preciso saber criar um grupo de trabalho competitivo sem comprometer o equilíbrio financeiro. Em momento algum iremos hipotecar o clube pela ambição desportiva», afirmou.

A vertente social é outro dos aspectos a ter em conta e nesse sentido um reforço do número de associados seria bem-vindo. No entanto, Mário Batista compreende que o momento não é o mais propício para pedir mais sacrifícios. «O Santa Clara tem cerca de 1200 sócios, a grande maioria deles pagantes. Seria importante aumentar esse número mas compreendemos que com as dificuldades financeiras actuais não será uma tarefa fácil».

Chamar mais associados para o clube significaria mais gente a apoiar a equipa no estádio de São Miguel mas também aqui existem aspectos a melhorar porque, no entender de Mário Batista, o recinto desportivo carece de melhorias acentuadas para elevar os níveis de conforto.

«É preciso que o recinto também seja dotado de melhores condições para que os sócios e simpatizantes sintam um elevado grau de conforto quando ali se deslocam e a verdade é que as condições actuais não são as mais acolhedoras. O estádio já deveria estar dotado de outras valências que permitissem às famílias passar uma tarde de domingo diferente», vincou.

Obras que estavam previstas mas que devido à crise ficaram adiadas. O Governo Regional dos Açores tinha previsto investir quatro milhões de euros na reestruturação do estádio mas apenas 50 mil euros estão contemplados no plano para 2011. O candidato a presidente entende que «a remodelação do estádio não é, neste momento, uma obra prioritária».

Acácio Mateus

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