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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Época está a correr bem (mas podia estar melhor)

Numa altura em que está cumprida a primeira jornada da segunda volta da Liga Viatlis poder-se-á dizer que a época do Santa Clara até não está a correr nada mal.
Depois da desilusão que foi a última jornada do campeonato transacto, havia quem vaticinasse que os profissionais do clube não teriam estampa psicológica para dar a “volta por cima”, e que nunca conseguiriam lutar, novamente, pela subida.
Nada mais errado, digo eu agora. Os responsáveis encarnados tiveram o condão de aceitar o “naufrágio” de Santa Maria da Feira da melhor forma. Compreenderam o que tinha falhado, não apontaram o dedo a ninguém internamente, e partira para outra.
Dotaram a estrutura profissional do clube de mais elementos, principalmente no que diz respeito ao grupo de trabalho (elementos), e entraram na nova temporada com ambições e aspirações legítimas em voltar a lutar pela subida ao escalão maior do futebol português.
No entanto, permitam-me a opinião (este artigo é mesmo para isto) o maior reforço para esta época foi mesmo a continuidade de Vítor Pereira. Este técnico, que chegou a S. Miguel como um desconhecido – embora se soubesse que tinha trabalhado na formação do Futebol Clube do Porto (e sabe-se da exigência que é imposta no “reino do Dragão) – cedo mostrou que não vinha para S. Miguel para encher os bolsos.
Competente e ambicioso. Vítor Pereira é um treinador moderno, metódico, estudioso do futebol e que nada faz por acaso.
Já tive oportunidade de o ver trabalhar, não tantas vezes quantas gostaria, e realmente há trabalho de casa em tudo o que faz. Os treinos do Santa Clara não são para inglês ver, embora em S. Miguel raramente seja fácil “blindar” as portas dos aprontos.
Tudo é feito ao pormenor, os adjuntos sabem bem qual o seu papel e importância e isso reflecte-se aos fins-de-semana. Os jogadores sabem que joga quem estiver melhor. Não há, ou pelo menos não transpira para o exterior, problemas entre atletas, dirigentes e equipa técnica. Estamos, assim, perante um balneário blindado.
Este facto leva a que os resultados, até ao momento, alcançados sejam claramente positivos.
O Santa Clara segue na segunda posição, a somente um ponto do líder Beira-Mar, e o plantel respira saúde. Está claramente mais aliviado fisicamente do que na temporada passada, isto porque o grupo de trabalho é mais equilibrado, o que permite a Vítor Pereira melhor gerir, e rodar, o onze tipo. Mexer no “xadrez” não é sinónimo de perca de qualidade, o que é sempre importante quando se encara uma prova dura e competitiva como é a Liga Vitalis.
No entanto, e como não há bela sem senão, há um questão que tem de ser melhorada. As prestações, ou os resultados melhor dizendo, no Estádio de S. Miguel têm ficado aquém do exigido a uma equipa que pretende subir de divisão. Em casa, já foram perdidos preciosos pontos que muita falta poderão fazer na contabilidade do campeonato. Uma derrota e vários empates, alguns com conjuntos claramente inferiores, só são compreendidos pela postura adoptada pelas equipas que visitam S. Miguel. Como muito bem disse uma vez José Mourinho, a moda do autocarro pegou.
Quem visita o Estádio de S. Miguel fá-lo com dez homens atrás da linha da bola, dificultando, sobremaneira, a vida aos encarnados. Depois, num alívio da linha atrasada, lá aparece um homem vindo lá sabe-se de onde para concretizar. Tal facto faz com que o Santa Clara ande sempre à procura do prejuízo. Geralmente, a excepção foi o jogo com a Oliveirense, a equipa consegue recuperar. Chega ao empate, mas depois falta qualquer coisa. Enfim, sem dúvida que esta será uma questão a rever no que falta do campeonato. Competente como é, Vítor Pereira terá de arranjar alternativas para os jogos em casa.
Em contraponto, nas partidas realizadas fora o Santa Clara é mais competente. Na primeira volta, os encarnados não somaram uma única derrota. Empates e vitórias marcam o percurso dos açorianos fora de portas o que, diga-se, é excelente. Se tais resultados fossem acompanhados por um pleno de vitórias em S. Miguel, neste momento a subida estava mais perto.
A prova da excelente carreira fora da Região foi o último triunfo em Fátima. A equipa recuperou de uma desvantagem de dois golos, foi por ali fora, marcou cinco e saiu da terra do Santuário a cantar de galo, motivada e pronta para encarar o restante campeonato com uma enorme dose de optimismo.
A ver vamos como corre. A esperança mantém-se, alicerçada num trabalho de base que está a ser feito por uma equipa directiva e técnica de primeira água. Não venham é os jogos de bastidores que tantos pontos custam a quem, grão a grão, tenta “encher o papo”, o mesmo é dizer, luta por alcançar um patamar onde merece estar, sem favores de ninguém.
Em tempo de “lobbys”, talvez fosse uma boa hora para arranjarmos um na Liga de Clube. Alguém que não nos beneficiasse mas pelo menos que não nos prejudicasse.
Reforço que tudo o que está escrito é só a minha opinião, como tal é passível de ser refutada e até menos bem compreendida. Todavia, não me refugio em falsos dogmas. Digo e escrevo o que penso, sem pretender fazer “fretes” a ninguém. Não por ser mais corajoso do que outros, mas sim porque esta é a minha maneira de ser, pelo menos no que toca ao futebol. Porque não tenho o “rabo preso”, ninguém me paga, ando sempre longe dos corredores do poder do futebol.
Pediram-me para escrever e fi-lo, sem medo e receio daquilo que por aí poderão dizer.
A terminar, reforço, força Santa Clara.
Pedro Ferreira

1 comentário:

Tiago Oliveira disse...

Excelente análise ao Santa actual!


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