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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Santa Clara ainda paga a gestão danosa do passado


Dr. Mario Batista
Presidente adjunto do Clube Desportivo Santa Clara






Até ao momento, a época do Santa Clara na Liga Vitalis está de acordo com as expectativas da direcção?

É evidente que podia estar melhor. Há pelo menos meia dúzia de pontos perdidos em casa que foram uma pena. Mas o futebol como fenómeno desportivo que é tem uma característica para a qual não existe solução: a imprevisibilidade dos resultados.
Mas em todo este processo de relançamento e reestruturação do futebol profissional do Santa Clara o que é importante salientar é que a formulação do convite ao Prof. Vítor Pereira para um projecto ambicioso, de três anos, em que fossem lançadas bases sólidas de sustentabilidade desportiva, tinha um objectivo muito claro: a ascensão ao escalão maior do futebol português.

Este segundo ano do projecto não só demonstra a consistência que o mesmo tem conseguido desde a primeira hora, como nos dá garantias de quão certa foi a nossa aposta. Agora, neste processo de retoques, continuamos procurando encontrar os jogadores cujo perfil se ajusta e complete a marca Santa Clara que estamos implementando. O facto de sermos ultraperiféricos, acarreta condicionalismos acrescidos, e com base nisso procuramos jogadores que correspondam não só a determinadas características desportivas, mas também mentais, sociais e comportamentais. Jogadores que correspondam à Santa Clara. Caso contrário será muito mais difícil construir uma equipa consistente e compacta.

Foi neste contexto com que procedemos aos ajustes necessários, e porque confiamos nos jogadores que já cá estavam, e contamos com os jogadores que chegaram, pensamos estar em condições, com o apoio da massa associativa, de continuar a lutar até ao fim pelos lugares cimeiros do campeonato.

Na temporada passada, principalmente no final, falou-se muito em jogos de bastidores. Teme que este ano a história se posso repetir?

Efectivamente chegou-nos relatos de jogos de bastidores em partidas que envolvia determinado clube. Foi verdade ou foi mentira?
Embora tenhamos manifestado algum desagrado pela situação criada a quem de direito, efectivamente não sabemos porque de facto não possuímos qualquer prova que conduza a estes relatos.
Para este ano, espero bem que tudo corra dentro da normalidade e que esta seja o resultado da árdua disputa da bola dentro das quatro linhas.


Fala-se muito nas fracas assistências no Estádio de S. Miguel. Não seria tempo da direcção promover novas formas para cativar mais público?


As fracas assistências justificam-se também por no actual contexto do entretenimento existirem muitas alternativas, na maioria dos casos com excelentes condições para quem as frequenta, o que infelizmente não acontece com os espectáculos futebolísticos. Havia que repensar as comodidades oferecidas no estádio: conforto, serviços complementares, horas de alguns jogos.
Mas há também um outro aspecto que pouco se fala: os cerca de 1.000 espectadores que em média temos por jogo pagam o seu bilhete. Dantes, mesmo quando a média de espectadores era superior, as receitas de bilheteira eram significativamente mais reduzidas.


Porque não chamar toda a formação para o Estádio?

O Coordenador e a estrutura da formação estão totalmente identificado com esta problemática e a verdade é que sempre que possível surge o maior número de jovens nos jogos.
O que acontece por vezes é que como a maioria não tem meios de transportes próprios para as deslocações, e assim essa afluência fica condicionada inviabilizando pontualmente algum maior grau de participação.


O Santa Clara, enquanto clube, está preparado para assumir um projecto na Liga Sagres?


É evidente que sim. Desde Novembro de 2006 para cá tem havido o cuidado de realizar um diagnóstico o mais completo possível sobre o universo do clube, e numa primeira abordagem foi possível identificar um conjunto de problemas e inconformidades para os quais foram delineados um conjunto de acções que gradualmente têm sido ajustadas e implementadas. E isto desde a primeira hora teve sempre como objectivo o regresso à primeira Liga. Mas feito de forma gradual e consistente. Os erros do passando não são para esquecer!
De qualquer forma em qualquer estrutura organizativa as reestruturações nem sempre são bem vistas por algumas pessoas, surgem sempre barreiras à mudança, no caso até mesmo quanto à adopção de melhores práticas organizativas.
Agora uma coisa é certa existe sempre espaço para melhorar e o CD Santa Clara envolvido que está numa organização profissional ainda tem uma margem grande de melhoramento em diversas vertentes.


Será certamente preciso não repetir erros do passado...


É evidente que sim e nunca é de mais realçar que ninguém tem o direito de branquear o passado e muito menos minar o presente. Não podemos de forma alguma permitir que se caiam em novas práticas negligentes do passado para bem da saúde do Santa Clara.
Para que se fique com uma ideia do que as más práticas passadas provocaram bastará dizer que mais de 50% das receitas inscritas no orçamento estão, e continuarão a estar (pelo menos nas próximas épocas), comprometidas com o saneamento financeiro do clube. Só isto, e o que já foi definitivamente perdido, dá bem conta da má, se não mesmo danosa, gestão do passado.

O que se aplica também ao passado mais recente, pois, a forma como, à revelia da maioria de uma direcção já então empenhada numa mudança de práticas, foram renovados contratos com alguns jogadores, e efectuados outros contratos de forma mais ou menos leviana, tem também ajudado a condicionar a gestão do clube. Se neste segundo caso os danos financeiros não tem a mesma dimensão das gestões mais antigas, o mesmo não se pode dizer dos danos desportivos, pois estes foram consideráveis, sobretudo na passada temporada.


Será fácil segurar Vítor Pereira ao leme da nau encarnada?

Penso que a questão não deve ser colocada desta forma. A realidade é que o Prof. Vítor Pereira tem um contrato de três anos com o Santa Clara.
O que mais me agrada e dá mais gozo é de verificar que aquando da sua contratação muita gente questionou as suas competências e condenaram-me por esta opção e sobretudo a extensão do contrato (3 anos).
Quem não se recorda das pressões que foram feitas, evocando a experiencia de uns e a falta de experiencia de outros para que o lugar do Prof. Victor Pereira fosse ocupado por A, B ou C?
Agora, felizmente, a preocupação é outra, a de não o deixar sair. Alguns perceberam as suas competências e as de todo o grupo de trabalho, constituindo isso uma grande mais-valia para o Santa Clara.
Outros continuam como a avestruz, com a cabeça debaixo da terra como nada tivesse acontecido até que a “tempestade” da reestruturação passe e à escuta de nova oportunidade para ter de novo um emprego fácil, bem remunerado, mas negligente e incompetentemente desempenhado.

Quanto ao futuro temos a consciência que o Prof., e contrariamente ao nosso desejo não ficará a representar o Santa Clara por muito tempo, até porque é uma pessoa legitimamente ambiciosa, tem objectivos mais elevados, os quais o Santa Clara, infelizmente, no presente não pode acompanhar.
Temos confiança que haveremos de descobrir outro “Vítor Pereira”, alguém que em parceria com o Santa Clara dê continuidade ao projecto de consolidação do clube que ele iniciou, revolucionou e credibilizou.


A continuidade depende, ou não, da subida de divisão?


O que posso afirmar de forma categórica é que o Prof. Vítor Pereira tem um contrato de três anos com o Santa Clara, ou seja, até à época de 2010-2011.
Agora neste negócio do futebol tudo é possível e como tal tudo pode acontecer.

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