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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Margem de risco enorme "Opinião"



A época desportiva nos escalões profissionais já começou. É tempo, assim, de começarem os sonhos, sempre à dimensão dos orçamentos de cada clube. Por cá, e no Santa Clara, renovam-se ambições. Depois de ter falhado, em dois anos consecutivos, a subida de divisão, os encarnados apresentam-se este ano com um projecto completamente renovado. Vitor Pereira, anterior treinador, anda de dragão ao peito, coadjuvando André Villas Boas no Futebol Clube do Porto. Para o substituir, a direcção do clube de Ponta Delgada apostou em Bruno Moura. Uma aposta de risco? Talvez. Moura tem 32 anos e, como tal, não tem um currículo vasto. No entanto, quando Vitor Pereira chegou aos Açores também era um mero desconhecido e, depois, foi o que se viu. 


Maior risco terá sido, provavelmente, a autêntica revolução de balneário feita neste defeso. O Santa Clara contratou 15 ou 16 jogadores, na sua maioria jovens. Na pré-temporada saíram algumas das referências das últimas épocas. Oliveira, Nuno Santos, Rincón, João Dias, Ruy Netto, Neto, Leandro Tatu, Danilo Rocha, entre outros, seguiram para outras paragens. Para os substituir, entraram Edgar, Fabeta, Nelson, Tengarrinha, Monteiro, Moreira, Baldé, Renato, Alex, entre outros. Em comum, na maior parte dos casos, estes atletas têm a sua juventude. Todos eles buscam um lugar ao sol no futebol português. 


Não estando em causa o valor destes atletas, embora o mesmo tenha de ser comprovado ao longo do campeonato – dizem os mais cépticos que os primeiros sinais não auguram nada de positivo – a verdade é que o Santa Clara com tais contratações conseguiu um dos seus grandes objectivos: reduzir a folha salarial do plantel profissional. 


A redução deverá andar à volta dos 300 mil euros anuais e com isso o actual elenco dirigente continua a colocar a casa em ordem. Durante muitos anos, o Santa Clara viveu “noutro mundo”. Os mercenários do futebol viam nos encarnados um filão de ouro. Por cá passaram atletas a ganharem autênticas loucuras. Com isso, o passivo do clube foi subindo até chegar a um ponto insustentável. O clube esteve à beira do fecho e, em boa hora, houve quem metesse mãos à recuperação. 


Hoje, o Santa Clara respira e consegue cumprir com a maior parte dos seus compromissos. Os credores já vêem, é verdade que gradualmente, a cor do seu dinheiro. O clube está em dia com a Segurança Social, os atletas profissionais recebem a tempo e a horas, enfim, assiste-se a um franco equilíbrio de contas. 


Para que tal aconteça, contudo, a margem de risco é enorme. Sabe-se que o futuro do Santa Clara só está assegurado se o clube se mantiver nas competições profissionais, por força do subsídio que é atribuído pelo Governo Regional. Por isto, é pesado o fardo que têm em cima dirigentes, equipa técnica e jogadores. É com este peso que a equipa sobe aos relvados. Importante seria subir de divisão, mas mais importante é sustentar a posição na agora Liga Orangina. 
Aos adeptos, por sua vez, pede-se que acreditem neste projecto. O slogan “Há que acreditar… Vamos lá chegar” é sinónimo disto mesmo. A mensagem, por mais que digam o contrário, não tem passado. Se tirarmos dez ou doze pessoas dos poucos que vão ao Estádio de S. Miguel, todos as restantes não acreditam neste Santa Clara. No entanto, a verdade é que já não acreditavam nos dois anos anteriores. 


Para os mais cépticos, relembro que ainda estamos no início de uma nova caminhada. Ainda é cedo para tirar conclusões que, nesta fase, só podem ser precipitadas. 


Aos sócios digo: não se refugiem no mais fácil, na crítica barata. Tenham a coragem de assumir a sua paixão pelo clube e apoiem-no. Só assim o futuro estará assegurado.


2 de Setembro de 2010

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