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sábado, 12 de junho de 2010

É por não gostar de futebol que sou do Santa Clara.


Tal como compreendo como é que há açorianos que conseguem ser de outros clubes. O Operário, o Santiago podem jogar bem e o União Micaelense e o Lusitânia podem calhar bem em sociedade, mas só o Santa Clara, como o próprio nome indica, é o próprio Bem. Que fica.
Só o Santa Clara pode jogar mal sem que daí lhe advenha algum mal.
Basta olhar para os jogadores para ver que sabem que são os maiores, que não precisam de esforçar-se muito, porque são intrínseca e moralmente a maior equipa dos açores inteiro.
Porquê?
Ninguém sabe. Mas sente-se. Quando perdem, não se indignam, não desesperam.
Quem joga no Santa Clara tem o privilégio e o condão de estar sempre a sorrir. Não conseguem resistir. O Santa Clara, a bom ver, nem sequer é uma equipa de futebol. É um nome.
É, como dizem os brasileiros, uma "griffe". Têm uma cor. Antes de entrar em campo, já têm um mito em jogo, já estão a ganhar por 3-0, graças só à reputação.
Quando o Santa Clara perde, parece sempre que quis perder.
Essa é a força inigualável do Santa Clara - faz sempre o que lhe apetece. O problema é que lhe apetece frequentemente perder.
Qual é o segredo do Santa Clara? São os santaclarenses.
São do Santa Clara como são filhos de quem são. Ninguém "escolhe" o Santa Clara, como ninguém escolhe a Mãe ou o Pai. Em geral, aliás, os santaclarenses odeiam o Santa Clara e lamentam-no no estádio e em casa, mas pertencem-lhe.
Quanto mais pertencemos a uma entidade superior, seja a Família, a Pátria, Deus - ou o Santa Clara - , mais direito temos de criticá-la e blasfesmá-la.
Não há alternativa.
Em contrapartida, os operários e unionistas parecem
genuinamente convencidos de que apoiam as equipas deles porque são as mais dignas ou as melhores.
Desgraçados!
Se fossem coerentes, seriam todos adeptos do REAL MADRID, AC MILAN, etc, etc.
No Santa Clara, não se exige qualquer lealdade. Só se pede, em relação aos adeptos de outros clubes, caridade e comiseração.
O Operário, por exemplo, tem a mania e a pretensão de ser "rival" do Santa Clara, um pouco como o PSN se julga crítico parlamentar do PSD.
Mas, se se tirasse o Santa Clara ao Operário, o Operário deixaria de existir.
O Santa Clara é um grande clube porque tem história e talento suficientes para não dar importância aos resultados.
Tem uma tradição de "nonchalance" e de pura indiferença que não tem igual nos grandes clubes nacionais.
O Santa Clara não joga - digna-se jogar. Não joga para vencer - vence por jogar.
Odeio futebol. Mas amo o Santa Clara.
As opiniões de quem gosta de futebol são suspeitas.
Claro que os sábios são do Santa Clara. Mas a força deste grande clube está nos milhares que são santaclarenses apesar do Santa Clara, apesar do futebol, e apesar deles próprios.
Em contrapartida, aposto que a totalidade de pessoas que são do Operário ou do União, por infortúnio pessoal ou deficiência psicológica, são sócios.
A força do Santa Clara, meus amigos, está em quem não paga as quotas, que não vai a jogos, quem não sabe o nome dos avançados - isto é, no resto do mundo.
O Santa Clara, é o Santa Clara.
E o que tem de ser - e é - tem muita força.
fonte mec/jg

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